quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Aspectos históricos do México - Parte 2

Período colonial
Com a conquista, os espanhóis criaram um novo grupo étnico: os mestiços, resultado do facto de os conquistadores tomarem mulheres indígenas como medida preventiva contra a revolta dos nativos começando assim a mistura de ambas culturas. Frequentemente a violação era um factor no nascimento de crianças de raça mista.
A Inquisição Espanhola, bem como a sua descendente, a Inquisição Mexicana, continuaram a operar nas Américas até à declaração da independência do México.
Durante o período colonial, que durou de 1521 a 1810, o México era conhecido como Nueva España ou Nova Espanha, cujos territórios incluíam o que é hoje o México, as ilhas espanholas das Caraíbas, a América Central até à Costa Rica inclusive e uma área que continha o sudoeste dos Estados Unidos da América. A maior parte destas terras era dominada por proprietários espanhóis e os seus descendentes brancos. Na realidade, a política e a economia do México colonial eram totalmente dominadas pelos europeus. A seguir vinham os mestiços e os povos indígenas ocupavam o degrau mais baixo da sociedade.

Guerra da independência mexicana
A luta pela independência começou em 16 de Setembro de 1810, liderada por Miguel Hidalgo, um padre de ascendência espanhola (ver Grito de Dolores). Após a invasão da Espanha por Napoleão I e a colocação do irmão deste no trono espanhol, os conservadores mexicanos e os ricos proprietários, apoiantes da família real espanhola da Casa de Bourbon mostraram-se contrários às políticas napoleónicas comparativamente mais liberais . Assim nasceu no México uma aliança à primeira vista improvável: dum lado os liberales, ou liberais, que defendiam um México democrático; do outro os conservadores que pretendiam um México governado por um monarca de Bourbon, que restaurasse o anterior status quo. As duas partes acabaram por concordar que o México deveria tornar-se independente e decidir o seu próprio destino.
As figuras mais proeminentes da guerra da independência do México foram o padre José Maria Morelos y Pavón, Vicente Guerrero e o general Agustín de Iturbide. A guerra prolongar-se-ia por onze anos até à entrada do exército de libertação na Cidade do México em 1821. Assim, ainda que proclamada em 1810, a independência só foi conseguida em 1821, com a assinatura do Tratado de Córdoba, que ratificava o Plano de Iguala, no dia 24 de Agosto de 1821, em Córdoba. Foram signatários deste tratado o vice-rei espanhol Juan de O’Donojú e Agustín de Iturbide.
Em 1821 Agustín de Iturbide, um antigo general espanhol que havia passado para o lado das tropas independentistas, autoproclamou-se imperador (oficialmente tratava-se de uma medida temporária, até que se conseguisse persuadir um membro da realeza europeia a tornar-se monarca do México – ver Império Mexicano para mais informação). Uma rebelião contra Iturbide em 1823 levou à criação dos Estados Unidos Mexicanos. Em 1824 Guadalupe Victoria tornou-se o primeiro presidente do novo país; o seu nome de baptismo era Félix Fernandez tendo escolhido o seu novo nome por motivos simbólicos: Guadalupe como agradecimento pela protecção da Nossa Senhora de Guadalupe, e Victoria pela vitória obtida.

A guerra com os Estados Unidos da América e as reformas liberais
Durante grande parte do século XIX a situação política mexicana foi marcada pela constante instabilidade. A figura dominante do segundo quartel daquele século foi o ditador Antonio López de Santa Anna. Durante este período, foram perdidos para os Estados Unidos da América muitos dos territórios do norte do país. Santa Anna era o líder do país durante o conflito com o Texas, que se declarou independente do México em 1836, e ainda durante a Guerra Mexicano-Americana (1846-48). Desde esta guerra, os mexicanos lamentam a perda de metade do território inicialmente mexicano, parte por coerção e uma maior parte ainda vendida pelo ditador Santa Anna em seu próprio proveito.
Em 1855 Ignacio Comonfort, líder dos que se diziam moderados, foi eleito presidente. Os moderados tentaram encontrar um meio-termo entre as posições dos liberais e dos conservadores. Durante a sua presidência foi aprovada uma nova constituição. A constituição de 1857, mantinha a maior parte dos rendimentos e privilégios de que a Igreja Católica desfrutava no período colonial, mas ao contrário da constituição anterior não identificava a Igreja Católica como a religião exclusiva do país. Tais reformas eram inaceitáveis para os líderes do clero e para os conservadores, tendo conduzido à excomunhão de vários membros do gabinete do presidente e ao estalar de uma rebelião, que levaria à Guerra da Reforma que se prolongou desde Dezembro de 1857 até Janeiro de 1861. Esta guerra civil tornou-se progressivamente mais sangrenta tendo produzido uma polarização política do país. Muitos dos moderados passaram-se para o campo dos liberais, convencidos que o grande poder político detido pela igreja tinha que ser reduzido. Durante algum tempo existiram mesmo dois governos, um liberal e outro conservador, sediados em Veracruz e na Cidade do México, respectivamente. A vitória na guerra acabaria por sorrir aos liberais, com o presidente liberal Benito Juárez a transferir a sua administração de novo para a Cidade do México.

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